Nossa história, assim como em um livro ou em uma novela, é escrita em capítulos. Esses ciclos começam e terminam, às vezes mesmo contra nossa vontade. Mas no mundo conectado em que vivemos, os ciclos das pessoas próximas de nós podem interferir decisiva e diretamente nos nossos. Muitas vezes, os amigos dos amigos se tornam parte da nossa vida e o fim de um ciclo pode afastá-los de nós!
Eu costumo pensar muito sobre os capítulos que estou escrevendo na minha autobiografia, inclusive para avaliar se posso me orgulhar da minha história. Como comentei no artigo anterior da Newsletter da YourNetWorks no LinkedIn, faço essa reflexão regularmente duas vezes ao ano. No meu aniversário na semana passada, repassei os ciclos positivos e negativos dos meus amigos próximos e o quanto essas mudanças impactaram na minha vida. Só nos meses que antecederam essa data, algumas pessoas especiais faleceram e algumas novas vidas vieram ao mundo. Tiveram relacionamentos amorosos chegando ao fim e outros romances apaixonados se iniciando. Houve muita gente boa sendo demitida e outras tantas começando novos desafios profissionais.
Todas essas vidas interlaçadas com a minha trazem impactos de alguma magnitude! A partida do meu sogro, por exemplo, mudou completamente a rotina de toda família e mudou as prioridades que eu tinha. Por consequência, precisei reavaliar quais capítulos precisam ser encerrados para me adequar a essa nova realidade. E, como efeito cascata, minhas decisões devem impactar nas vidas de outras pessoas que dependiam de mim. E esses abalos sísmicos causam ondas secundárias, que, dependendo da intensidade, podem ainda impactar as vidas dos amigos desses amigos.
O que levo de mais valioso de cada ciclo são as pessoas e os aprendizados. Costumo dizer que se você perdeu algo, pelo menos não perca a lição e nem as amizades. Portanto, ao cruzar uma ponte, eu procuro deixá-la intacta e aberta para que possa voltar por ela algum dia. Ao longo desses anos, conheci várias pessoas que “tocavam fogo” nas pontes pelas quais saía e nunca mais conseguiam voltar. Na vida profissional, principalmente, vi executivos que subiram na vida pisando na cabeça dos outros e não encontram mais degraus quando precisaram descer. Como você pode imaginar, elas despencaram de alturas vertiginosas, a ponto de não conseguirem se reerguer com a ajuda dos outros.
Mas se esse não é seu caso, você sabe a importância de encerrar uma relação aprendendo as lições e buscando reduzir os danos colaterais. É claro que você não deve adiar suas decisões por angústia ou desistir de colocar um ponto final em um capítulo por medo do que outras pessoas possam pensar ou passar por causa de suas escolhas. Como dito pela autora norte-americana Mandy Hale (de novo ela), a mudança pode ser assustadora, mas você sabe o que é mais assustador? Permitir que o medo impeça você de crescer, evoluir e progredir!
Portanto, para sua rede funcionar, assuma os riscos de suas resoluções, mas busque levar contigo as relações que realmente importam pois elas ainda poderão trazer muitas alegrias. Lembre-se que todo fim é um recomeço. Sempre haverá um novo amanhecer!