Levanta a mão quem tem um desafeto na família. Quem tem uma vizinha intragável? Quem tem um colega traíra no trabalho? E uma cliente insuportável? Pois saiba que essas pessoas indesejáveis podem ter a chave que abrirá aquela porta que você tanto deseja. Elas podem ser a ponte que te levará àquele mundo de negócios imperdíveis.
Isso não é discurso de coaching. Eu já vivi situações assim e, nas inúmeras palestras que fiz, conheci inúmeras pessoas que relataram casos surpreendentes de perdas de grandes oportunidades porque não puderam contar com pessoas com quem tiveram alguma rusga no passado. O que é mais surpreendente nesses relatos não é a quantidade de casos e nem o tamanho das perdas, e sim os motivos que ocasionaram esses desentendimentos.
Como já comentei em outro artigo dessa newsletter, é inevitável perder uma amizade interessante por não lidar bem com um mal-entendido. Por isso, é fundamental saber gerenciar as expectativas e conviver com os desentendimentos a vida toda. Entretanto, a inimizade é opcional. Sua sábia avó já dizia que quando um não quer dois não brigam. E essa é a mais pura verdade!
Puxe pela memória quantas pessoas você riscou do seu caderninho sem a outra parte saber disso. A inimizade foi construída na sua cabeça porque o comportamento daquela pessoa te desagradou ou decepcionou. Portanto, a recíproca não deve ser verdadeira. Você pode estar desperdiçando uma amizade interessantíssima por uma atitude pontual, uma leitura equivocada feita talvez em um dia ruim.
Existem também casos de desafetos declarados por situações desagradáveis ou inaceitáveis pela sua perspectiva. O vendedor que briga com o financeiro porque bloqueou o crédito do seu cliente. A prima que rompeu o namoro com seu melhor amigo. A colega que te deixou em apuros para se livrar do castigo. São todas situações irrelevantes, mas que, na época, pareciam imperdoáveis.
Pense em quantas oportunidades você perdeu por se afastar dessas pessoas durante esse tempo todo. Pense também que tanto você quanto ela mudaram muito desde então. Como nos ensinou o filósofo Heráclito, o Pai da dialética, ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio. Quando nele se entra novamente, já não são as mesmas águas, e a própria pessoa também mudou.
Portanto, para a sua rede funcionar, você precisa tentar de novo entrar nesse rio. Se reaproxime daquelas pessoas que se afastaram por motivos fúteis. Isso são águas passadas e você não é mais o mesmo!