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Quem disse que eu preciso de ajuda?

Eu tenho três grandes defeitos! Eu gosto das pessoas facilmente. Eu gosto de ver essas pessoas bem-sucedidas. E eu gosto de ajudar as pessoas que eu gosto. Mesmo sabendo que elas podem me decepcionar e que elas podem não precisar da minha ajuda para ficarem ou se sentirem melhores, eu ainda prefiro ser assim. Felizmente, até hoje, isso me trouxe mais alegrias do que desilusões.

O primeiro defeito talvez seja o pior. Quando conheço alguém, eu parto do princípio de que ela é uma boa pessoa, até mesmo aquela que foi previamente infamada por outrem. Eu prefiro dar o benefício da dúvida e iniciar uma relação franca, sem esperar nada em troca. Como já disse em outro artigo dessa Newsletter, essa é a melhor forma de não me decepcionar. Como consequência, venho conhecendo pessoas incríveis que o “santo bateu” logo de cara.

Meu segundo defeito pode até parecer uma virtude. Afinal, é ótimo se preocupar com os outros e querer o melhor para elas. Mas não é sempre assim. Sua intenção pode ser espetacular, mas como expliquei no artigo anterior, é a percepção da outra pessoa que conta no final. Se ela não percebe que você quer o seu bem, pode interpretar suas intenções como críticas. Isso é ainda mais grave quando existe uma assimetria na relação. Ou seja, quando você confia em alguém muito mais do que ela confia em você. Mas isso é o tema de outro artigo.

E o terceiro defeito, então, é quase um vício. Uma coisa é você torcer pelo sucesso alheio. Orar para que ela tenha sempre o melhor. Outra é você se preocupar tanto com aquele amigo a ponto de dar conselhos para que ele fique melhor. Essa vontade quase instintiva de ajudar as pessoas que eu gosto com conselhos, principalmente com ideias inovadoras e sugestões de melhoria, vem do meu perfil de consultor e mentor. Mas venho aprendendo que ser “palpiteiro” no negócio dos outros nem sempre é bem-vindo.

Se o pedido de ajuda não foi solicitado, ou ainda, se o amigo já tentou seguir conselhos similares antes e se frustrou, ele não precisa da sua ajuda. Isso também acontece com quem está em momentos de grande incerteza ou de desânimo. A menos que ela confie muito em você, dificilmente aceitará sua ajuda. E algumas vezes, para não te magoar, prefere nem responder suas investidas em seu favor.

Por isso, para a sua rede funcionar, siga o conselho do clérigo e reformador social norte-americano Henry Ward Beecher. O verdadeiro segredo de dar um conselho é, depois de tê-lo dado honestamente, ser perfeitamente indiferente se ele é aceito ou não, e nunca persistir em tentar consertar as pessoas. Só o fato de você ter se importado o suficiente com ela, já mostra seu carinho e o desejo sincero de que ela fique bem. No momento certo, esses amigos saberão a quem procurar em busca de ajuda!

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