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Você é gay?

O termo ‘gay’ vem do inglês e originalmente era usado para designar uma pessoa espontânea, alegre, jovial e entusiástica. Entretanto, com o tempo, a expressão passou a rotular a orientação sexual e a identidade de gênero, inicialmente usada de forma pejorativa contra homens gays. Mas os próprios homossexuais se apropriaram da palavra para retirar sua carga insultuosa e hoje é amplamente utilizada para se referir à comunidade LGBTQIA+.

Na minha adolescência, entretanto, ser chamado de ‘gay’ era uma ofensa ultrajante. O preconceito nos anos 1980 se dava porque, na minha terra natal, a homossexualidade era praticamente uma sentença de morte. Por ser uma grande cidade portuária e um lindo balneário turístico, Santos sempre atraiu pessoas de diferentes origens de todos os cantos do mundo e grupos dos mais diversos.

Esses fatores estimularam o crescimento de comunidades vulneráveis, tais como usuários de drogas injetáveis e simpatizantes de sexo indiscriminado. Tudo isso culminou na rápida propagação do HIV local. Como consequência, a cidade de Santos foi considerada a “Capital Nacional da AIDS” durante duas décadas. Desafortunadamente, tive amigos e parentes que vieram a falecer em decorrência de complicações da doença.

Mas não foram apenas pessoas próximas que sofreram com isso. Muitos dos meus ídolos do pop rock também foram levados cedo demais. Renato Russo, Cazuza e Freddie Mercury são até hoje para mim grandes referências de intérpretes e compositores. Outros artistas assumidamente LGBT, como Ney Matogrosso, Lulu Santos e Elton John, felizmente continuam me influenciando com suas obras e interpretações.

Certo dia, eu estava compartilhando com um amigo essas inspirações artísticas e meus ícones musicais, e ele me perguntou em tom bastante jocoso se eu era ‘gay’. Aquela “brincadeira” com tom preconceituoso me fez refletir sobre a enorme diversidade da minha rede de relacionamento. Não eram apenas artistas LGBT que conquistaram minha admiração.

Tenho o privilégio de conviver bem próximo de amigos transexuais, vizinhos homoafetivos, profissionais lésbicas, mentorandos assexuais e muito mais. Esses seres humanos são extremamente competentes e, como comentei nesse artigo da Newsletter da YourNetWorks, são muito mais normais do que muita gente com quem você se relaciona diariamente e, por isso, merecem todo seu respeito e admiração.

Esses cidadãos lutam diariamente para ganhar visibilidade, por direitos e igualdade e pela conscientização geral. É por isso que mais de 3 milhões de pessoas são esperadas na Parada do Orgulho LGBT+, que acontecerá em São Paulo. Quando ver essas pessoas alegres celebrando a vida, sugiro que você não julgue o que você não tolera.

Como disse o ator e produtor canadense Elliot Page, transgênero e queer, julgar as pessoas que você não conhece por coisas que você não entende é completamente estúpido. Por isso, para sua rede funcionar, abrace as diferenças da mesma forma que você espera que aceitem suas próprias diferenças!

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